Boletim de ocorrências #74 : Enciclopédia, parte 3 [T-Z]

Uma semana tensa, mentalmente carregada e cansativa. A última coisa em que tenho cabeça para pensar é a continuação do que escrevi no boletim #73.

Mas, quem sabe... quem sabe a continuação vai vir diretamente do inconsciente para a página vazia. Vamos lá!

 

T, de tradução. Começou devagarinho, meio que por acaso, sem intenção precisa, como muita coisa na minha vida. Traduzi um artigo, para substituir um amigo que não tinha tempo de continuar o job. Fui gostando, fui ficando. Colocar em palavras daqui o que alguém pensou e escreveu lá (e vice-versa), me deixa satisfeito. Sem querer, mas sem lutar, fui parando aos poucos. Mas continuo gostando. Olhando para trás, tenho a impressão de que a tradução é uma onda que vai e vem suavemente na minha praia, enquanto a maré baixa.

U, de uva-passa. Sim, pode. Com moderação.

V, de vaga-lume. O vaga-lume se tornou um ser mítico. Unicórnio, sereia, dragão, vaga-lume. Na minha infância, eles eram enormes, multicoloridos e chegavam docemente com o cair das noites de verão. Estão extintos? Se for o caso, preciso assumir minha parte de responsabilidade. Caçar vaga-lumes em vidros de nescafé ou de chimia, faz parte das brincadeiras de criança que ficaram na minha memória, junto com fazer bolinhas de sabão, parado na porta da garagem nas tardes de chuva.

W, de western. Já falei aqui, das bacias de pipoca, assistindo a filmes de faroeste com a minha mãe. Filmes de bang-bang. Filmes de mocinho e bandido. Mas será que eu tinha consciência de quem realmente era o mocinho e quem era o bandido?

X, oquequeé? Sim... a Xuxa, nossa cadela. Apareceu, perdida, após uma tempestade. Devia ser cachorrinha de madame, acostumada com ração e almofadinha pra dormir ao lado do sofá. Lá em casa, teve que se adaptar aos restos de comida e à garagem. Saudade.

Y, de yoga. A yoga (o yoga?) também, entrou sem querer na minha vida. Em Porto Alegre, pelas mãos da querida Rô Milani, em 2004. Depois, com o Sri Venudas, fui e voltei por uns 10 anos. Parei, mas queria voltar. Com frequência, quando quero relaxar, penso na voz dele no fim das aulas. “I am relaaaaxing myself”.

Z, de zona de conforto. Parece que a zona de conforto é algo negativo. Dizem que a gente tem que sair da zona conforto. Correr riscos, buscar desafios, se superar. Mas o mundo já é tão inóspito! Quando penso em zona de conforto, penso em acolhimento, e penso nas amingas. A Lari e a Fer fazem parte da minha zona de conforto. Então, eu não quero sair da zona de conforto! É bom ficar na zona de conforto, de tempos em tempos. É bom ter essa zona de conforto. E, com certeza, também é possível se superar tendo reconhecimento, aceitação e amor.

Né?

Comentários

  1. 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

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  2. Pobre primis não entrou em nenhuma mísera letrinha 🤣

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    1. Ai... é verdade que faltou falar da primis na zona de conforto... pois vc faz parte, sim, da sensação de acolhimento que existe na minha vida! ❤️❤️❤️

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  3. Texto gostoso! Bjs Marcela

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  4. Aí pegou fundo na saudade! Cadê os vagalumes de Gramado? Há uma semana vimos montanhas ao lado da nossa hospedagem na Itália. A Luciana lembrou da infância e dos vidros na casa da vó

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    1. Espero que existam ainda, esses vagalumes... eu é que não devo ter tido sorte. Sobre os vidros na casa da vó, eu também falo aqui: https://blogpaginavazia.blogspot.com/2022/04/boletim-de-ocorrencias-11.html beijo

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  5. Só li agora te amo tanto... concordo contigo, zona de conforto é bom e importante! Mas pra saltar é preciso sair dela as vezes. São sensações...

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    1. Sim... mas, desta vez, resolvi dar outros saltos :) ❤️

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  6. sobre traduções e vaga-lumes: outro dia fiquei muito decepcionada quando descobri que vaga-lume em francês era ver luisant... achei tão feio... daí joguei no google e a tradução que ele me deu foi luciole. achei mais aceitável. mas daí fiquei curiosa e perguntei a tradução de ver luisant: pirilampo, me diz o G. e eu que nem sabia que pirilampo e vaga-lume não eram o mesmo bicho!!! quanta coisa a gente aprende a partir desse blog hein! beijo grande.
    PS: querendo falar mais contigo sobre tradução ;-)

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    1. Pois... são todos sinônimos para mim. Neste blog, são sinônimos, está decretado! Quando estivermos traduzindo um artigo científico, aplicaremos as diferenças.
      Demorei, mas respondi, viu?
      ❤️

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